Há muitas coisas que gostaria de dizer a todos, mas
infelizmente quando falo as coisas nunca saem tão bem, pelo que prefiro
escrever e por isto aqui para que todos possam ver. Sei que sou fechada e por
vezes difícil, mas acho que este ano com tudo o que se passou dentro e fora de
campo soube, à minha maneira, lidar com tudo e crescer. O ano não foi fácil e
apesar de talvez não ter passado muito essa imagem, os treinos eram o que mais
me ajudava a pôr tudo de lado e enfrentar tudo de cabeça erguida. Seria egoísta
da minha parte dizer que sou vitima, porque sei que há pessoas que passam por
muitas mais dificuldades do que eu, mas mesmo assim, penso que devo a todos um
grande agradecimento. Tanto à equipa técnica como às minhas colegas, quero
agradecer por me terem aturado e ajudado este ano.
“All kids need is a little help, a little hope and somebody who believes
in them.” – Magic Johnson.
Acho que este foi o papel de
ambos os treinadores e penso que não sou a única a chegar a esta conclusão. Penso
que todas nós admitimos, mesmo que não o digamos, que os treinadores fazem
diferença dentro e fora do campo. Fazem diferença nas nossas vidas, na nossa
formação tanto como atletas como em nas mulheres que vamos ser no futuro. Porque
na derrota na vitória, quer tenham sido sermões em desespero ou raiva, quer tenham
sido em gritos de vitória, fomos uma equipa. Fomos um grupo unido e por certas
ocasiões, proporciona-mos a quem nos apoiou, momentos de excitação, de alegria,
mas como não podia deixar de ser, tivemos momentos de pura desilusão, tristeza,
entre outras coisas.
Custa-me pensar que toda a
união que criámos nestes meses vai acabar em segundos, mas as coisas boas podem
partir, mas saberão sempre o caminho para regressar a “casa”. Porque sei que o
melhor talvez ainda esteja para vir e daqui a 2 anos quem sabe o caminho deste
grupo vai voltar a cruzar-se. Todas teremos boas e más recordações deste ano
que passou e cada um desses momentos vai deixar saudade nos nossos corações.
Esta noite e no nosso último
jogo, vi lágrimas. Vi nostalgia e uma saudade antecipada. No jogo vi uma má
despedida e um desejo de dar mais aos treinadores e a todas as pessoas que nos
estavam a ver e que fizeram uma longa viagem. Mas tudo isto mais para dizer que
apesar de ter também chorado, acho que não devíamos ter chorado. Ninguém
morreu, ninguém se foi embora, as coisas apenas mudaram e vamos ter que saber
lidar com essa mudança. Vamos continuar a ter oportunidades de estarmos juntas
mesmo que não sejam tantas vezes como estamos habituadas. Agora é uma questão
de tempo até voltarmos a estar todas juntas outra vez, com o grupo do costume,
com as emoções e lutas do costume. Porque mesmo que as nossas cabeças e corpos
mudem, os laços criados ao longo deste tempo vão permanecer dentro dos nossos
corações. E desta vez falo por mim, porque não sei se todas pensamos assim, mas
no fim do ano posso dizer que parte do que sou agora, devo muito à minha equipa
mesmo que muitas vezes não o saiba retribuir.
Não me queria pôr com muitas lamechices
porque não quero ser demasiado emocional nem nada disso. Quero apenas deixar o
meu ponto de vista de tudo com esta mensagem e desde já um pedido de desculpas
por não saber como dizer tudo isto por palavras e em frente de todos, como
desejava fazer.
Um grande agradecimento a todas
e como já me disseram muitas vezes, esta separação não vai ser um adeus, mas
sim um até já.
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